Vaticano ajusta detalhes do funeral do papa Francisco
A organização do funeral do papa Francisco entrou em sua etapa final nesta sexta-feira (25), último dia do velório, que já recebeu mais de 128.000 fiéis.
Presidentes e monarcas de todo o mundo comparecerão no sábado (26) ao funeral do primeiro pontífice latino-americano, que faleceu na segunda-feira aos 88 anos.
Milhares de fiéis percorreram a nave central da imponente Basílica de São Pedro para se despedir durante alguns segundos do jesuíta argentino.
O balanço oficial mais recente do Vaticano informa que 128.000 pessoas passaram pela igreja entre a manhã de quarta-feira, quando o velório começou, e 6h00 GMT (3h00 de Brasília) de sexta-feira.
"É a transição de um papa para outro, é história", disse à AFP Ana Dao, uma venezuelana de 30 anos, que esperou quatro horas na fila para ver o papa. "Foi muito impressionante, não tinha palavras".
- Trump, Milei, Lula -
A capela-ardente em homenagem a Jorge Mario Bergoglio permanecerá aberta até a noite de sexta-feira, quando o cardeal camerlengo, Kevin Farrell, presidirá a cerimônia de fechamento do caixão para dar início ao funeral.
Pelo menos 130 delegações, incluindo quase "50 chefes de Estado e 10 monarcas" em exercício, comparecerão à missa fúnebre, que acontecerá na Praça de São Pedro, informou o Vaticano.
Presidentes como Donald Trump, Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva, além do rei Felipe VI da Espanha e do secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmaram presença.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou condolências na quinta-feira, após dias de silêncio. As relações entre a Santa Sé e Israel pioraram consideravelmente após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense no dia 7 de outubro de 2023 e a posterior ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
- "Franciscus" -
O enterro de Francisco também acontecerá no sábado, na Basílica de Santa Maria Maior de Roma, o primeiro de um pontífice fora do Vaticano desde Leão XIII, em 1903.
A cerimônia terá a presença do sobrinho do papa, Mauro Bergoglio, que viajou a Roma graças a uma doação privada em meio a uma confusão protocolar do governo de Javier Milei.
O túmulo será de mármore e terá apenas uma palavra, "Franciscus". Uma reprodução da cruz peitoral que o papa utilizava acompanhará o conjunto.
A sepultura de Francisco ficará em uma nave lateral da basílica, perto do altar de São Francisco. O público geral poderá visitar o local a partir de domingo.
As autoridades italianas determinaram uma zona de exclusão aérea sobre Roma e mobilizaram unidades antidrone com sistemas de inibição de sinais para evitar qualquer atividade suspeita.
Aviões de combate estão em alerta para intervir, enquanto helicópteros policiais sobrevoam o centro histórico e franco-atiradores foram posicionados nos telhados da Via della Conciliazione, que leva à Praça São Pedro, e na colina próxima de Gianicolo.
- "Um pouco órfãos" -
O papa que veio "do fim do mundo" liderou a Igreja Católica a partir de 2013 com um pontificado reformista muito centrado na pobreza. Seu estilo cordial e austero rendeu críticas da ala mais conservadora.
"Ficamos um pouco órfãos", disse em uma homilia na quarta-feira o cardeal francês Jean-Marc Aveline, um dos nomes cotados para ser eleito no próximo conclave.
O Vaticano ainda não anunciou a data para o início da reunião que escolherá o novo papa. "Até o funeral, devemos manter o respeito", disse o cardeal franco-espanhol François-Xavier Bustillo.
O conclave deve acontecer na emblemática Capela Sistina em um prazo de entre 15 e 20 dias a partir da morte, ou antes, caso os cardeais decidam dessa maneira.
Mais de dois terços dos 135 cardeais eleitores foram nomeados pelo falecido papa.
Os tradicionais nove dias de luto no Vaticano após a morte de um pontífice - os Novemdiales - começarão no sábado.
Th.Baumann--VZ