

Trump visita Fed em meio a críticas ao chefe do banco central
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita nesta quinta-feira (24) a sede do Federal Reserve (Fed), o poderoso banco central americano dirigido por Jerome Powell, a quem Trump´chama de "idiota" por resistir em reduzir os juros.
Powell foi indicado por Trump durante seu primeiro mandato (2017-2021) e confirmado por seu sucessor democrata Joe Biden, mas a visita, prevista para as 16h (17h no horário de Brasília) segundo a Casa Branca, não será de cortesia.
A Presidência não especificou o objetivo da visita nem mencionou um possível encontro com Powell, cujo mandato termina em maio de 2026.
Os ataques verbais de Trump ao chefe do Fed continuam desde que o republicano voltou ao poder em janeiro.
"Ele sempre chega atrasado, deveria ter baixado as taxas de juros várias vezes", lamentou, por exemplo, na terça-feira. "As pessoas não conseguem comprar casas porque esse cara é um idiota. Ele mantém os juros muito altos e, sem dúvida, faz isso por razões políticas", acrescentou.
O Federal Reserve dos Estados Unidos tem mantido os juros estáveis este ano e descarta reduzi-los em um contexto incerto devido à ofensiva tarifária mundial de Donald Trump que pode elevar os preços.
As taxas do Fed estão entre 4,25% e 4,50% desde dezembro. Em comparação, o Banco Central Europeu reduziu progressivamente suas taxas de juros, de 4% em junho de 2024 para os 2% atuais.
O presidente republicano ameaçou demitir Powell, mas recentemente afirmou que isso era pouco provável.
Uma demissão desse tipo seria sem precedentes e, para realizá-la, teria que demonstrar a existência de graves falhas ou irregularidades por parte de Powell, de 72 anos.
Trump mencionou, pouco tempo atrás, uma possível "fraude" nas obras de renovação na sede do banco central.
A missão do Fed, cujas decisões têm impacto nos mercados em todo o mundo, é controlar a inflação e garantir boas condições de emprego nos Estados Unidos.
A instituição e seu chefe gozam de um status que, em teoria, os coloca à margem das pressões políticas. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou, porém, na segunda-feira, que será realizada uma auditoria no Fed.
N.Becker--VZ