

Biden acusa Trump de 'apaziguar' a Rússia com pressão sobre a Ucrânia
O ex-presidente americano Joe Biden acusou seu sucessor, Donald Trump, de "apaziguar" a Rússia pressionando a Ucrânia para ceder seu território, em sua primeira entrevista desde que deixou a Casa Branca.
Perguntado sobre a sugestão do governo Trump de que Kiev ceda território para pôr fim à guerra, Biden respondeu que "é um apaziguamento moderno", em alusão à atitude conciliadora de algumas potências europeias em relação à Alemanha nazista no fim da década de 1930.
"O que diabos está acontecendo aqui? Que presidente fala assim? Não somos assim. O que buscamos é liberdade, democracia e oportunidades. Não confisco", acrescentou o democrata.
Em uma entrevista para a BBC, transmitida nesta quarta-feira (7), Biden declarou que o presidente russo, Vladimir Putin, acredita que a Ucrânia é parte da Rússia e que "qualquer um que pense que vai parar" caso se conceda território ucraniano como parte de um acordo de paz "é simplesmente um insensato".
A entrevista de Biden ao programa "Today" da BBC ocorreu pouco depois de completados os cem dias de Trump na Presidência, durante os quais o líder republicano transformou a política interna e externa dos Estados Unidos.
"Preocupa-me que a Europa perca a confiança na certeza dos Estados Unidos e em sua liderança, tanto americana quanto mundial, não só em relação à Otan, mas também sobre outros temas que têm consequências", assinalou Biden.
Suas declarações coincidem com a comemoração, esta semana, do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa pelos países aliados. "Temo que nossos aliados em todo o mundo comecem a duvidar se nos manteremos onde estivemos nos últimos 80 anos", disse.
Biden também foi perguntado sobre os recursos que seu governo repassou à Ucrânia desde o começo da invasão russa, em fevereiro de 2022. "Nós lhes demos tudo o que precisavam para assegurar sua independência e estávamos preparados para responder, de forma mais agressiva, se Putin voltasse a agir", respondeu.
"São os valores que a grande maioria do povo americano valoriza. Fazer tudo o possível para evitar a guerra, mas não ceder perante os tiranos", acrescentou.
W.Abeln--VZ