

Pré-candidato presidencial baleado na Colômbia segue em estado grave
O senador e pré-candidato à Presidência colombiana Miguel Uribe mostra "pouca resposta" aos tratamentos médicos e continua nesta segunda-feira (9) em estado grave, após ser baleado durante um ato de campanha em um parque da capital.
O líder do Centro Democrático (oposição), principal partido de direita do país, foi atacado no sábado enquanto discursava por um suposto executor contratado menor de idade, que pode ser penalizado com vários anos privado de liberdade.
Uribe, de 39 anos, foi atingido por dois projéteis na cabeça e outro no joelho, segundo os paramédicos. Ele passou por uma cirurgia na madrugada de domingo e está em tratamento intensivo.
A clínica Fundação Santa Fé informou nesta segunda que "ele teve pouca resposta às intervenções e ao tratamento médico prestado". "Seu estado é extremamente grave. Portanto, o prognóstico permanece reservado", acrescentou no comunicado.
Um adolescente de 15 anos foi detido sob suspeita de tentar assassinar o pré-candidato à Presidência nas eleições de 2026. As autoridades, porém, procuram os autores intelectuais do ataque.
A procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, afirmou nesta segunda que ele poderia ficar até oito anos privado de liberdade se for considerado culpado, embora não em uma prisão comum por ser menor de idade.
Camargo acrescentou em uma coletiva de imprensa que o adolescente foi operado devido a um ferimento de bala que recebeu na perna antes de ser detido. Ele será interrogado quando se recuperar totalmente do ferimento.
Uma das hipóteses é que ele tenha sido contratado por uma "rede de sicários" que busca menores para executar "condutas graves como" o atentado contra Uribe.
O senador não denunciou à Procuradoria ter recebido ameaças de morte, segundo Camargo.
- Arma comprada nos EUA -
O diretor da Polícia Nacional colombiana, general Carlos Triana, informou que a pistola modelo Glock aparentemente utilizada para ferir Uribe foi adquirida legalmente no Arizona, Estados Unidos, em 2020. Ainda não se sabe como entrou na Colômbia.
Segundo o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, estão sendo consideradas várias hipóteses sobre os motivos do atentado. Uma delas é que se tratou de uma mensagem contra o partido Centro Democrático, liderado pelo influente ex-presidente Álvaro Uribe.
O ex-presidente, que governou entre 2002 e 2010, denunciou na rede social X que recebeu informações de "inteligência internacional" sobre um suposto plano para atentarem contra sua vida.
Outra hipótese, de acordo com Sánchez, é que seja uma tentativa de "desestabilizar" o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro, a quem setores da direita acusam de incitar ódio contra a oposição.
- Segurança reforçada -
O atentado contra Uribe aumenta a tensão da corrida presidencial, que está apenas começando.
Em meio a fortes disputas entre a esquerda de Petro e a oposição que busca recuperar o poder, vários políticos anunciaram que aspiram à Presidência. Uribe fez isso em outubro do ano passado e já organizava comícios.
O general Triana afirmou que o Estado reforçará a segurança de pelo menos 30 pré-candidatos.
O primeiro turno será em 31 de maio de 2026 e, se necessário, o segundo turno está programado para 21 de junho.
T.Meier--VZ