PKK afirma que vai retirar forças da Turquia
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) anunciou neste domingo (26) que vai retirar todas as suas forças da Turquia e transferi-las para o norte do Iraque, e pediu a Ancara que tome medidas legais para salvar o processo de paz iniciado há um ano.
A Turquia recebeu o anúncio com satisfação e o considerou “um resultado concreto” dos esforços para pôr fim a um conflito que já dura quatro décadas.
“Estamos realizando a retirada de todas as nossas forças de dentro da Turquia”, declarou o PKK, em comunicado lido durante uma cerimônia no norte do Iraque.
O movimento curdo divulgou, simultaneamente, uma foto que mostra 25 combatentes, entre eles 8 mulheres, que se encontram agora no norte do Iraque, após deixarem a Turquia.
Na manhã deste domingo, o número de combatentes incluídos na retirada ainda não havia sido confirmado, mas observadores o estimaram entre 200 e 300.
Após conversas indiretas iniciadas em outubro de 2024, o PKK — considerado uma organização terrorista por Ancara — anunciou, em maio, sua dissolução, atendendo a um apelo nesse sentido feito por seu líder histórico Abdullah Öcalan, preso desde 1999.
Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o conflito já deixou 50 mil mortos, entre eles 2 mil soldados, e causou prejuízos de bilhões de dólares à economia turca.
O PKK afirma, agora, que pretende defender os direitos da minoria curda na Turquia por meios democráticos, conforme solicitado por Öcalan. Neste domingo, pediu que o governo turco tome as medidas legais necessárias para dar continuidade ao processo de paz e permitir a integração de seus militantes à vida política.
“Queremos leis específicas para este processo (de paz), não apenas uma anistia”, declarou Sabri Ok, líder do movimento, ressaltando a importância de que essas medidas garantam “a liberdade”.
Segundo estimativas, a população curda representa 20% dos 86 milhões de habitantes da Turquia.
P.Stein--VZ